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Sabia que estacas pré-fabricadas quebram?

Imagem de SOTEF EngenhariaEm se tratando de cravação de estacas pré-fabricadas de concreto, há de se ter em mente que, embora se faça menção de que esse processo possa ser feito por prensagem ou por vibração, na prática isso costuma ser feito por percussão, por meio da aplicação de sucessivos golpes de um martelo, caracterizado por uma massa pré-definida que se deixa cair sucessivamente de uma determinada altura pré-estabelecida, sobre o topo das estacas. Obviamente que tal procedimento é bastante traumático e sempre induz às estacas elevadas tensões que não raras as vezes lhes provocam a ruptura. Obviamente que sob tais condições, inúmeros são os fatores possíveis que possam estar associados à eventual causa da ruptura de uma estaca pré-fabricada de concreto durante o processo de cravação, porém esses fatores podem ser tecnicamente agrupados, de tal maneira a permitir sua análise de forma isolada. Assim sendo, teríamos:

  • Fatores associados às características dos solos onde as estacas serão cravadas;
  • Fatores associados às características e qualidade do concreto usado na fabricação das estacas;
  • Fatores associados a deficiências do controle de qualidade durante a fabricação das estacas;
  • Fatores associados ao sistema de cravação e acessórios adotados para a cravação das estacas;
  • Fatores associados aos critérios adotados para controle e acompanhamento das cravações;
  • Fatores associados à geometria da seção transversal das estacas.
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Imagem de SOTEF EngenhariaDizer que estacas pré-fabricadas de concreto não se quebram durante o processo de cravação não é verdade. A questão crucial está no estabelecimento de um critério confiável que permita aos diversos profissionais envolvidos com a execução da obra, avaliar de forma ética, coerente e sensata tal assunto. Incoerente seria pensar que um produto pré-fabricado de concreto que será cravado à percussão nos mais variados perfis geotécnicos e, com os mais diversos tipos de equipamentos, não possa apresentar, em determinadas circunstâncias, problemas quanto à sua instalação como elemento de fundação. Dizer que esta ou aquela estaca não se quebra, ou utilizar tal argumento como parâmetro comercial, não se constitui verdade. Quem assim o faz, no mínimo deve ser questionado contrariamente, pois se assim o faz, certamente algum tipo de “milagre” operacional o embasa para que tal argumento seja utilizado, “milagre” esse que certamente não apresenta qualquer embasamento técnico ou lícito.

Imagem de SOTEF EngenhariaEnfim, estacas pré-fabricadas de concreto se quebram e isso é facilmente comprovado técnica e operacionalmente, independente da empresa que as fabrique, sejam elas armadas ou protendidas, vibradas ou centrifugadas. Lamentavelmente, algumas vezes o aspecto comercial que envolve a negociação de determinadas obras omite tal fato, ou pior que isso, utiliza como argumento de persuasão comercial, uma pseudo qualidade qualquer de um determinado produto ofertado para induzir o cliente que não haverá problemas de quebra de estacas na obra, pois seu produto é diferenciado, de melhor qualidade, não se quebra e, enfim, apresenta uma série de outras características que assim postas à avaliação do cliente, o permitem conduzir a negociação a seu favor, finalizando com a afirmativa de que se houverem problemas decorrentes de quebras de estacas, os mesmos serão totalmente absorvidos pela empresa que produz as estacas.

Imagem de SOTEF EngenhariaFaz-se prudente nestes casos, proceder à desconfiança quanto aos argumentos comerciais assim apresentados e ainda mais quanto ao acompanhamento e controle técnico e operacional da obra a ser oportunamente efetuado pela referida empresa. É bem certo que, abordar de forma clara e transparente tal assunto durante a fase de negociação de uma obra qualquer, não raras as vezes traz embaraços à negociação, principalmente se em determinada fase da negociação houver o famoso efeito comparativo com outra solução técnica qualquer. Parece ser mais difícil admitir previamente que possa haver uma determinada margem de problemas decorrentes de quebras de estacas pré-fabricadas de concreto, que aceitar sem questionamento um acréscimo de consumo de material muito superior, se outra solução técnica fosse adotada. Como exemplo corriqueiro pode-se citar em uma determinada obra, uma margem de quebra de estacas pré-fabricadas de concreto à razão de 3%, enquanto que, nessa mesma obra, se fosse adotada a solução em determinados tipos de estacas moldadas in-loco, haveria estatisticamente comprovado, um consumo adicional de concreto por conta do overbreak à razão de 30% ou, até mais que isso, como comprovado na prática em um número significativo de obras executadas com tal alternativa.

Imagem de SOTEF EngenhariaRotineiramente, por mais incrível que pareça, convive-se harmoniosamente com tais elementos sem quaisquer questionamentos técnicos ou comerciais. Parece aplicar-se perfeitamente aqui o ditado popular que diz que o que os olhos não veem o coração (ou o bolso) não sente. Paradoxalmente, se em uma determinada obra ocorre a quebra de uma estaca pré-fabricada de concreto, a confusão está formada, principalmente se isso ocorrer durante a cravação da estaca prova. Trata-se de um produto amplamente testado antes mesmo de se constituir uma fundação profunda. É testado individualmente e, da pior forma, ou seja, à percussão e, nos mais variados e heterogêneos tipos de solos. Parece razoável admitir que, se não houvesse nenhuma quebra, certamente algo estaria errado. PARA REFLEXÃO!!!

Se analisarmos a situação abordada do ponto de vista estatístico, verificaremos alguns tópicos interessantes a serem comentados. Obviamente quando se comenta que a avaliação a ser feita tem por base elementos obtidos e interpretados de forma estatística, nos referimos a um determinado número substancial de estacas, que seja expressivo e possa formar um conjunto de dados passiveis de serem representativos para análises conclusivas. Imaginemos uma obra composta por 10 (dez) estacas (uma caixa d'água, ou um totem por exemplo) onde haja a infelicidade de ocorrer uma única quebra durante o processo de cravação. Nesse caso, há de se ter o bom senso de admitir que embora a porcentagem de quebras ocorrida (10%) seja exageradamente expressiva, não deve servir para embasar conclusão negativa e de forma genérica sobre a solução de fundação adotada. A figura a seguir apresentada nos ajudará a analisar melhor tal situação.

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Observando o diagrama apresentado na figura, nota-se que de uma forma geral, admitir que possa haver durante o processo de cravação de estacas pré-fabricadas de concreto uma margem de quebras situada entre 2% e 4% parece ser bastante razoável e representativa da grande parte das obras executadas. Vale salientar que devem ser inclusas nesta avaliação as quebras de cabeças de estacas, independentemente de haver ou não a posterior condenação quanto à adoção dessas estacas como elementos de fundação. Quando a margem de quebras de estacas em uma determinada obra aproximam-se de 5%, faz-se prudente atentar que algumas medidas devam ser tomadas, no intuito de analisar suas causas prováveis. Nesses casos, deve-se efetuar reunião conjunta, na obra, entre o cliente, o executor e o projetista para a tomada de medidas corretivas. Importante observar, que no início do estaqueamento de qualquer obra, o índice de estacas que venham a sofrer quebras até pode ser superior a 5% (situação essa que posteriormente acaba se ajustando no decorrer do estaqueamento), pois nessa fase ainda não há total familiarização com as condições de cravação especificas de cada perfil geotécnico e, justamente quando da cravação das estacas provas, estas são mais exigidas durante o processo de cravação. Ao contrário, quando a margem de quebras de estacas em uma determinada obra aproxima-se de 1%, certamente deve-se desconfiar que algo esteja errado no controle efetuado em campo. Valores inferiores a 1% são diretamente proporcionais à probabilidade de ocorrência de problemas sérios no futuro, problemas esses decorrentes de total falta de controle operacional durante a execução da obra, tais como a não observância de que estacas foram mal cravadas e até mesmo que estacas quebradas foram admitidas como satisfatórias.

ESTACAS PRÉ-FABRICADAS DE CONCRETO QUEBRAM, POIS SÃO AMPLAMENTE TESTADAS

PARA REFLEXÃO!!!

FICA A DICA!!!

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